terça-feira, 25 de setembro de 2012

Entrevista da [Enter]View a ORELHA NEGRA (Quinta-feira dia 27 ás 22horas)





Mira Professional (Sam The Kid), Cruz (Cruzfader), Gomes Prodigy (João Gomes), Rebelo Jazz Bass (Francisco Rebelo) e Ferrano (Fred) são os Orelha Negra. O som, instrumental, é um misto de funk e soul, com pitadas de hip-hop, groove e samples, por vezes improváveis, de música e voz.

Os Orelha Negra integraram o lote de cinco finalistas candidatos ao prémio Best Portuguese Act dos MTV Europe Music Awards 2010.

A banda esconde-se por detrás de discos de vinil e foi Fred, o baterista da banda, e também baterista dos Buraka Som Sistema, que decidiu que estava na altura de dar vida a tanta música antiga. As jam sessions surgem em 2008 durante a digressão de Sam The Kid, com o álbum "Pratica(mente)", em que todos participaram ao vivo. Nos intervalos improvisavam e, nas partes em que Samuel não cantava, o resto da banda «desbundava umas coisas», resume Fred.

A "desbunda" deu num concerto que se transformou em álbum. 12 temas escolhidos entre 80, através de um sistema de pontuações dadas pelos próprios autores: os temas que tivessem direito a cinco estrelas fariam parte do alinhamento do concerto. Depois de 80 músicas compostas, muitas horas de ensaios e outras tantas de gravações, tinha chegado a hora do disco se mostrar ao mundo.

A banda não gosta que digam que Orelha Negra é um mergulho no passado, preferem ser considerados um jogo de memórias. Os discos de vinil não servem só para emprestar samples e loops aos temas dos Orelha Negra. As capas dos vinis escondem as caras dos membros da banda, numa montagem conhecida como sleeveface.

O álbum de estreia, homónimo, e lançado em Março de 2010, começa em modo clássico, com groove latino e orquestrações imortalizadas por Stevie Wonder e Sly Stone. O tema 'Futurama' aparece a meio do álbum, quando o tom muda. Inventam-se os Parliament no século XXI, capturam-se palmas e trompetes em loop envolvente e, quando se chega ao final do disco, a 'We're Superfly', a viagem já transformou tudo: a voz de Curtis Mayfield em diálogo com vocalizações de hip hop e a música a crescer em dinamismo como se se tratasse de um set de DJ. A 15 de Abril de 2010 o álbum é apresentado no Lux-Frágil. Nesta viagem, maioritariamente instrumental (excepção para o spoken word de PacMan em 'Tanto Tempo'), recuperam-se os clássicos da música negra.

Além da estética, os temas dos Orelha Negra contam com samples de vozes tão conhecidas como Henrique Mendes, Fernando Tordo e Júlio Isidro, possíveis através do YouTube.

O ano de 2011 começa com um concerto, a 11 de Janeiro, no Cinema Teatro Joaquim d'Almeida, no Montijo. A banda prefere actuar neste género de espaços, em vez de palcos ao ar livre.

Em 2012, os Orelha Negra dão-nos nova dose de instrumentais inspirados no universo clássico do funk e da soul, através do segundo álbum, também de título homónimo.

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